15 novembro 2009

Buenos Aires - Delta do Rio Tigre - San Isidro - Argentina

Buenos Aires - Argentina

Foto 01 - Casa Rosada - Buenos Aires


Foto 02 - Buenos Aires


Foto 03 - Casa Rosada - Buenos Aires


 Foto 04 - Buenos Aires

Foto 05 - Plaza del Mayo - Buenos Aires


Foto 06 - Caminito - Buenos Aires

 Vídeo 01 - Tango em Caminito - Buenos Aires


Foto 07 - Caminito - Buenos Aires

Vídeo 02 - Caminito - Buenos Aires

Vídeo 03 - Tango em Caminito - Buenos Aires


Foto 08 - Buenos Aires

Foto 09 - Puerto Madero - Buenos Aires


Delta do Rio Tigre - San Isidro


Foto 10 - San Isidro


Foto 11 - San Isidro


Foto 12 - Delta do Rio Tigre - San Isidro


Vídeo 04 - Delta do Rio Tigre - San Isidro

Foto 13 - San Isidro


Vídeo 05 - Trem - Delta do Rio Tigre - San Isidro


Foto 14 - San Isidro


21 julho 2009

Férias Frustradas no Jalapão - Tocantins

Jalapão - Ponte Alta do Tocantins

Comecei minha viagem ao Jalapão, saindo da Chapada dos Veadeiros em Alto Paraíso de Goiás, no Estado de Goiás. Peguei um busão de Alto Paraíso para Arraias, primeira cidade de Tocantins, que demorou 4 horas para chegar a Tocantins, um Estado gigante e muito misterioso, já que não existem muitas informações disponíveis sobre o o mesmo na internet e em guias de viagem. A primeira cidade de Tocantins que passei foi Arraias (Foto 01), onde fui obrigado a pernoitar, já que o próximo ônibus para Palmas só sairia às 7:00 horas da manhã do dia seguinte.

Foto 01 - Arraias - A primeira cidade de Tocantins

Eu parti de Arraias ás 7 horas da manhã com destino a Palmas. Quando estava chegando a Porto Nacional, uma cidade a margem do rio Tocantins, tive a brilhante idéia de descer lá e pegar um busão diretamente para Ponte Alta do Tocantins, a primeira cidade do Jalapão. Cheguei lá ao meio-dia do domingo, estava tudo fechado, além de não existir caixa eletrônico na rodoviária, nem bagageiro para eu deixar às malas. Bem, como não tinha muito dinheiro, tive que abortar a idéia de ir direto para o Jalapão. Tive que pegar um ônibus de Porto Nacional para Palmas, para tentar sacar dinheiro (Foto - 02).

Foto 02 - Ônibus Porto Nacional/Palmas
Chegando na rodoviária de Palmas, tentei sacar dinheiro no caixa eletrônico, tendo como resposta que a operação não era autorizada pelo banco. Isto foi um aviso para desistir da idéia, mas como sou brasileiro e não desisto nunca, resolvi tentar ir até o aeroporto tentar sacar uma grana, senão, teria que voltar mais cedo para casa (melhor opção a ser escolhida naquela hora). Entretanto, peguei um moto-taxi e fui até o aeroporto. No aeroporto, tentei sacar uma grana e o dinheiro também não saia. Não sei o que aconteceu, mas depois de várias tentativas frustradas, consegui, inexpicavelmente, sacar 600 reais.  Depois de fazer um pequeno lanchinho, no aeroporto (Foto 03), voltei para o hotel. 
  Foto 03 - Aeroporto de Palmas
Deixei minhas malas num hotel e chamei um moto-táxi para ir até uma praia no rio Tocantins. Chegando lá, pude apreciar um belo por do sol na praia do rio Tocantins (Foto 04). Saindo de lá, tentei pegar um táxi, mas não havia nenhum naquele local. Tentei achar um ponto de ônibus, mas também não havia nenhum. Eu tinha o número de telefone do Moto-táxi, demorei mas acabei achando um telefone público e liguei para vir me buscar.
Foto 04 - Por do sol do Rio Tocantins - Palmas

 No dia seguinte peguei um busão para a cidade de Ponte Alta do Tocantins, que tem este nome devido a uma grande ponte no meio da cidade (Fotos 05 e 06).
Foto 05 - Ponte Alta do Tocantins

 Foto 06 - Molecada pulando da ponte - Ponte Alta do Tocantins

Eu consegui agendar um passeio de jipe para o Jalapão de 3 dias junto com um casal que chegaria no dia seguinte no hotel, entretanto este casal não apareceu. Conversei com o pessoal do hotel para fazer o passeio sozinho, mas queriam que eu pagasse o passeio inteiro. Claro, desisti. Eu descobri que tinha um cara que fazia o passeio para o Jalapão de moto. Depois de muito custo, consegui encontrar o cara e marquei o passeio para meio dia. O passeio seria de 2 dias, na garupa da moto, sempre voltando para dormir na cidade. Como não tinha outra alternativa, aceitei ir de moto.

No horário combinado, apareceram 2 motoqueiros, o cara que eu tinha combinado e o irmão dele. O cara disse que tinha que trocar algumas peças e dar revisão na moto, para conseguir enfrentar as dunas do Jalapão, no dia seguinte. O passeio daquele dia, eu poderia fazer com irmão dele, que dirigia bem mais devagar e eu poderia treinar para o dia seguinte, pois andaria o dia inteiro na garupa de uma moto. Foi me dito que primeiro andaríamos quase 90 km de moto, passando por estradas de terra, até chegar em uma cachoeira. A partir daí, começaríamos a voltar, visitando várias cachoeiras e pontos turísticos.

Não gosto muito de moto, mas topei, já que não tinha outra alternativa. Começamos, então, o passeio para desbravar o Jalapão (Foto 07 e 08).



Foto 07 - O Começo do Jalapão

Foto 08 - Meu glorioso guia, eu tava na garupa desta moto

Comprei uma garrafa de água e levei um protetor solar, já que voltaríamos para dormir na cidade. O guia dirigia um pouco rápido para meu gosto, mas como nunca tinha andado de moto, achei que a velocidade estava relativamente tranquila. Andamos uns 20 km e o guia parou para tirar algumas fotos (Foto 09) e apreciar a paisagem. Quando estávamos quase chegando na última cachoeira, ou seja, aproximadamente 70 km, veio uma curva para a direita e uma pequena subidinha. No entanto, tinha uma enorme valeta atravessando a pista, provavelmente, foi formada ao longo do tempo para escoar a água dos poucos dias de chuva que ocorrem no deserto do Jalapão.

Quando o guia viu a valeta que cruzava transversalmente a pista, o mesmo tentou brecar a moto, entretanto a velocidade estava muito alta. A moto passou na valeta e tombou para a esquerda, acredito que se o guia estivesse sozinho é bem provável que conseguiria parar a moto sem cair. Entretanto eu eu estava na garupa e quando a moto tombou para a esquerda o guia não aguentou o peso e fomos diretamente para o chão. 
A queda demorou apenas alguns segundo, entretanto parecia uma eternidade. Quando tombamos para a esquerda, bati com toda a força o meu joelho esquerdo no chão e a moto caiu por cima da minha perna. Fomos arrastados com minha perna embaixo da moto até parararmos completamente. Eu não conseguia tinha a moto de cima mim, até o guia conseguir levantar a moto. Nesta hora pensei: estávamos caídos no meio do nada, num lugar com a menor densidade populacional do Brasil e a cerca de 70 km, da cidade mais próxima. Que Beleza!!

 Foto 09 - (Eu) O Motoqueiro Selvagem

 Tentei e consegui, pelo menos não tive nenhum problema na coluna, entretanto tinha batido o joelho, a mão e o peito no chão. Minha camisa estava toda rasgada e minha mão toda ralada. Eu dei uma olhada no joelho e vi que o mesmo tinha uma enorme ralada. Peguei a água que tinha trazido e joguei em cima do joelho para tirar a terra. Aí deu para ver que não era uma ralada, mas sim um buraco gigante no meu joelho esquerdo. Olei dentro do buraco e conseguia ver meus ossos, acho que vi minha rótula. Apesar do enorme buraco, não sentia dor e nem estava sangrando, menos mal.

O guia levantou a moto e tentou dar a partida, no entanto ela não pegou. Pensei, que já era, pois teríamos que andar 70 km, com o joelho arrebentado com grande possibilidade ter uma gangrena, já que não sabia o que tinha furado meu joelho, poderia ser uma pedra pontiaguda ou qualquer outra coisa.

O guia tentou dar partida de novo, mas por sorte dessa vez pegou. Tive que subir novamnete na garupa para tentar voltar para a civilização. Começamos a voltar, mas eu não conseguia dobrar muito meu joelho e tive que ir na garupa da moto com a perna um pouco levantada para não bater no chão, mas uma ou duas vezes não aguentei levantar a perna e bati meu pé no chão. A poeira levantada pela moto estava entrando no meu joelho.

Andamos uns 10 km e fomos pedir ajuda numa fazendinha que ficava a beira da estrada. Chegando lá entrei na casa e passei pela cozinha até o quintal. Fiquei esperando e apareceu uma pessoa, nem lembro se era homem ou mulher, mas veio com uma bacia de água. Nesta bacia a pessoa misturou sal e jogou a mistura no meu joelho. Deve ter doído bastante, mas a adrenalina deixa agente meio grogue. Trouxeram uma folha de bananeira e colocaram a tecnologia disponível. A tecnologia disponível era uma pomada de cataflan que foi passada numa folha de bananeira ou sei lá do que e botaram no meu joelho. Depois disso, enfaixaram com um pano. Disseram que a folha não gruda na pele e por isso é muito usada na região.

Eu achei que iam me levar de carro, mas tive que subir novamente na garupa da moto. Eu levantei o visor do capacete e perguntei quantos km ainda faltavam até a cidade. Me responderam que faltavam 55 km. Engoli seco, ainda estava muito longe. Acho que demoramos mais de 1 hora até a cidade e fomos diretamente para um posto de saúde. Lá olharam meu joelho, limparam, jogaram uns remédios, me receitaram uns antibióticos e enfaixaram. O médico me disse que não iria costurar, pois estava sem tecido, não entendi nada, sóqueria voltar para Palmas, mas o busão só sairia no dia seguinte e demoraria 5 hoaas. Tentei arrumar alguém para me levar de carro.

Achei um cara que me levaria cobrando um real por km. De Ponte Alta do Tocantins até Palmas eram 250 km, entretanto o cara disse que cobrava a ida e a volta. Eu precisava guardar dinheiro para eventualmente pegar um táxi. Lembrei que em Porto Nacional tinha um busão que saía a cada hora para Palmas. Resolvi ir somente até lá e economizar uns 200 reais. Passei no hotel, peguei minhas coisas, joguei uma água no corpo e troquei de camiseta.

Depois de uma hora e meia de carro cheguei em Porto Nacional. Antes de passar na rodoviária, resolvi ir até uma farmácia para tomar os antibióticos receitados. Quando olhei para um relógio e vi que era 18:55h, provavelmente daria para pegar o busão das 19h para Palmas. Tentei correr, mas a perna já tinha esfriado e já não conseguia andar direito, pois o joelho doía bastante.

Entrei no carro com 2 desconhecidos que me levaram para a rodoviária. Quando desci lá, vi o busão Porto Nacional x Palmas (Foto 02), saindo e passando por nós. Eu paguei o dinheiro ao motorista e pedi para ele perguntar que hora sairia o próximo busão para Palmas. Ele me respondeu que sairia somente às 21h, ou seja, chegaria somente às 22h na rodoviária de Palmas. Fiquei sem ação, mas o motorista me disse que o busão passava na cidade de Porto Nacional, antes de pegar a estrada e falou se eu queria tentar achar o busão na cidade. Topei na hora.

Começamos a procurar o busão na cidade, até ver um ao longe. Seguimos o busão por uns 5 pontos de ônibus, até que ele parou num ponto. O motorista fechou o busão, eu desci acenando e consegui entrar nele. Bem! Agora é só mais 1 hora até Palmas. Eu já tinha pago o motorista na rodoviária, então ele não precisava tentar achar o busão na cidade, pois já tinha recebido a grana. Ainda bem que ainda existem pessoas boas nesse mundo. 

Chegando em Palmas, peguei um táxi até aeroporto (moto-táxi nunca mais), consegui trocar minha passagem para 5 horas da manhã do dia seguinte, comi um pão de queijo e um café, além de ligar para casa a avisar que tinha tido um ligeiro acidente de moto.

Sentei numa cadeira e comecei a pensar que apesar de tudo, este foi um dia de sorte, se considerarmos as circunstâncias. Eu olhei para o joelho enfaixado e percebi que estava saindo sangue pela faixa e lembrei que o médico falou que não iria costurar porque não tinha tecido. Então, resolvi pegar um táxi até algum hospital. Chegando lá, a enfermeira retirou a faixa, limpou o joelho e me deu uma injeção. O médido apareceu e me perguntou o motivo do outro médico não ter costurado, além de dizer que uma ferida não pode ficar mais de 6 horas aberto, pois neste caso é muito provável que haja infecção. Eu respondi que estava sem tecido, como foi dito pelo outro médico.

O médico começou a limpar o machucado e disse:  - Ainda bem que ele não costurou. Olha o que eu achei aqui. o médico me mostrou uma pedra que foi achada dentro do meu joelho. O outro médico não tinha visto a pedra dentro do meu joelho. Imagina se ele tivesse costurado com a pedra dentro.

O médico falou que daria 3 pontos largos, já que não tinha muito tecido e me mandou tomar uma anti-tetânica. Ele costurou e me mandou para casa. Voltei para o aeroporto, voltei para São Paulo e fui direto para o médico do convênio que disse que estava bem costurado (Foto 10) e que deveríamos esperar para ver se poderia haver infecção. No caso de uma infecção seria necessário descosturar, tratar a infecção, só então costurar de novo.

Foto 10 - Depois do acidente de moto e de ser costurado num Hospital Público em Palmas de madrugada

Depois de uma semana (Foto 11), já estava bem melhor e a infecção já estava descartada. Ufa! Que sufoco!

Foto 11 - Depois de uma semana, já me recuperando em SP
Foto 12 - Prateleira de supermercado em Ponte Alta, repare na pinga 51, separando as bebidas dos produtos de limpeza

Foto 13 - Portal do Jalapão- Ponte Alta do Tocantins

Depois desta viagem, descobri que sou mortal. Quando somos jovens acreditamos que temos o corpo fechado. O homem é muito frágil, qualquer descuído pode ser fatal. Graças a Deus que estou praticamente zero bala. Só tenho um pouco de dor quando dirijo, mas acho que isso já é o começo da velhice chegando e não tem nada a ver com o acidente.

14 julho 2009

Chapada dos Veadeiros - Alto Paraíso de Goiás - Goiás

Foto 01 -

Foto 02 - Pegando uma carona


Foto 03 - Caroninha custou R$ 10,00

Foto 04 - A caminho da Vila São Jorge 

Foto 05 - Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Foto 06 -

Foto 07 - Vale da Lua


Foto 08 - Encontro das Águas

Foto 09 - Parque Nacional


Foto 10 - Vale da Lua

Vídeo 01 - Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros


Vídeo 02 - Vale da Lua

10 janeiro 2009

Macapá - Amapa

Linha do Equador - Macapá - Amapá

Eu tinha acabado de chegar em Belem, depois de 4 horas de barco proveniente da Ilha de Marajó. Eu tinha passado 2 dias na Ilha de Marajó vendo búfalos e praias paradisíacas, tomando breja e leite de búfala, que é bem mais forte que o e de vaca. Achei um restaurante bem legal nas Docas, aliás, todos os restaurantes de lá são bons. Pedi um risoto de gorgonzola bem caprichado, quando comecei a comer precisei largar o prato e sair correndo para o banheiro. O banheiro era bem longe, pode ser que os garçons pensaram que eu tava fugindo para não pagar a conta. Depois disso, voltei e terminei o saboroso risoto, que depois de uns 10 minutos, já não estava mais em meu corpo.

Quando voltei para albergue, fiquei a tarde inteira indo ao banheiro. No dia seguinte, eu iria pegar um barco para Macapá, no Amapá, sendo  que a viagem iria demorar de 24 a 27 horas. Um pessoal do albergue, dentre eles, um francês, uma argentina, uma suiça, uma tcheca, 2 austríacos e alguns brasileiros iam tomar cerveja num boteco próximo, mas eu não estava passando bem, toda hora ia no banheiro. Eu abortei a breja, imagina como eu devia estar ruim para rejeitar um boteco. Eu fui tentar dormir um pouco, entretanto acordava toda hora para ir ao banheiro. O pior ainda estava por vir. Uma hora da noite eu acordei com vontade de vomitar e sai correndo para ir ao banheiro, meu único e fiel amigo naquele dia. Cheguei no banheiro e vomitei a valer. Eu estava fazendo o número 1, junto com o número 2, e agora também tinha o número 3 (vomitar).

Voltei para a cama, mas logo tive que levantar de novo para vomitar. Comecei a pensar que no dia seguinte iria pegar um barco para Macapá. Como eu conseguiria sobreviver a uma viagem dessas, já que não conhecia as condições sanitárias do barco. Comecei a pensar se eu podia ter pego cólera ou algo do tipo, já que não saía do banheiro e não parava de vomitar. De manhã, ainda acordei com vontade de ir no banheiro, no entanto não vomitei mais, mas mesmo assim, seria difícil aguentar viajar num barco tanto tempo passando mal. Resolvi então ir até o terminal hidroviário e vender a minha passagem, tomei um grande chapéu, pois perdi uns 40% da passagem, mas fazer o que. De tarde, mandei um e-mail para o meu irmão para ele tentar comprar uma passagem de avião de Belem para Macapá, pois ainda queria conhecer a linha do Equador e pisar nos hemisférios norte e sul ao mesmo tempo. Meu irmão conseguiu uma passagem daqui a 3 dias. Então, teria mais 2 dias para ficar em Belem para me recuperar do desarranjo total. No dia seguinte, já estava melhor, comecei a pensar no que tinha comido e bebido na Ilha de Marajó. A única coisa diferente foi o leite de búfala, que era muito forte. Eu tomei uns 2 bules de leite numa fazenda de búfalos, conversando com os nativos e vendo os búfalos passarem. Só podia ser o leite de búfala que me fez tão mal, pois foi a única coisa diferente que comi. Depois de 2 dias em Belem, já estava zero bala. Bem, agora é só me preparar para ir para o Amapá.
Fui até o aeroporto de Belem e peguei o avião para Macapá - Amapá. Chegando em Macapá, tentei deixar as minhas malas em algum bagageiro, mas para minha surpresa não tinha locker no aeroporto. Aliás, o aeroporto era menor que uma rodoviária de pequenas cidades do interior do país. Depois disso, peguei um táxi e fui para o centro encontrar um hotel. No dia seguinte, fui visitar a Fortaleza de São José de Macapá (Foto 01). Esta fortaleza é uma das mais bem preservadas do Brasil e foi construída entre 1764 e 1782. 

 Foto 01 - Fortaleza de São José de Macapá - Macapá
Depois de visitar o forte, peguei um moto-táxi para o monumento que fica bem no meio da Linha do Equador (Foto 01), que divide o mundo em 2 hemisférios: o norte e o sul.
 Foto 02 - Linha do Equador - Macapá - Amapá

A vida inteira estudei sobre o Linha do Equador, uma linha que divide o mundo em duas metades, o hemisfério Norte e o Hemisfério Sul. Eu lembro minhas professoras do ginásio dizendo que a Linha do Equador era uma linha imaginária. Quando somos crianças é difícil entender e visulizar alguns conceitos, como por exemplo: linha imaginária. Tem coisas que só aprendemos quando visitamos o lugar. Hoje, vi na TV pessoas não estão mandando seus filhos para a escola, mas estão ensinando seus filhos em casa. Acho isso uma coisa muito válida, pois aprendemos muitas coisas inúteis na escola, pois os professores ensinam as matérias sem dizer para que servem. Aliás, muitos nem mesmo sabem para que serve o conteúdo ensinado. Se tivesse visitado quando criança, o monumento da (Foto 03) eu diria que a linha do Equador não é uma linha imaginária, pois poderíamos até pisar nela.

 Foto 03 - Linha do Equador - Macapá - Amapá

Também lembro de aprender sobre latitude e longitude, na (Foto 04), estou na Latitude "000", marco zero do Equador. Aí começa a contagem de latitude, outro conceito abstrato para se aprender na infância.
 
 
 Foto 04 - Latitude '000' - Linha do Equador - Macapá - Amapá
Atrás do monumento da Linha do Equador, tem um estádio de futebol chamado Zerão (Foto 05). A curiosidade deste estádio é que a Linha do Equador passa na linha do meio do campo do estádio. Na Foto 05 é possível ver o Estadio Zerão ao fundo e a linha pontilhada que divide o meio da rua. Exatamente nesta linha pontilhada, passa a Linha do Equador. Uma pena que não pude entrar no Zerão, pois o mesmo encontrava-se abandonado, mais um descaso com o Turismo brasileiro.
 Foto 05 - Estádio Zerão - Linha do Equador passa no meio do campo - Macapá

 Foto 06 - Hemisférios Norte e Sul - Macapá - Amapá
No dia seguinte, peguei um busão para a cidade portuária de Santana, próxima a Macapá. Nesta cidade há algumas praias de rio com diversos barzinhos. Aliás, não é um riozinho qualquer, mas sim, uma praia no Rio Amazonas  (Foto 07).
Foto 07 - Rio Amazonas - Santana - Amapá

Um dos meus objetivos no Amapá era visitar a Cachocheira de Santo Antônio, em Laranjal do Jari, mas não deu tempo de ir. Outro passeio que queria fazer era pegar um trem em Santana, com direção a Serra do Navio. Este trem percorre a selva amazônica em torno de 6 horas, entretanto não consegui muitas informações sobre a viagem. Muitas pessoas disseram que o trem era exclusivo para os funcionários da mineradora, mas já vi relatos, na internet, de turistas que pegaram este trem e foram até a cidade da Serra do Navio. Dizem que as mineradoras não querem muitos turistas lá, para que não seja registrado a destruição da Floresta Amazônica e da Serra do Navio.

Depois disso, fui até o aeroporto para pegar o avião para Belem, e depois ir para São Paulo. Ainda fiquei mais 2 dias em Belem, além de ir para Salinópolis, uma cidade balneária, localizada a umas 2 horas de Belem.

Bem, terei que voltar algum para o Amapá, pois ainda falta visitar a Cachoeira de Santo Antônio, em Laranjal do Jari, falta pegar um trem no meio da floresta amazônica até a Serra do Navio, ir até o Oiapoque, além de ver a Pororoca.

09 janeiro 2009

Ilha de Marajó - Belem - Pará


Belem - Ilha de Marajó - Pará

Comecei minha viagem para a Região Norte, pegando um avião para Belem. O meu roteiro básico seria aterrissar em Belem, ir até a ilha de Marajó, depois pegar um barco para Macapá, no Amapá. 

O avião começou o procedimento de pouso, no aeroporto de Belem, chamado de Val de Cans, entretanto notei que a velocidade de aterrissagem estava muito rápida. Logo depois, pude ver a pista do aeroporto, quando de repente, ouvi e senti uma enorme pancada no chão. O avião tinha batido as rodas de trás do trem de pouso com muita força no solo. Eu tinha me preparado para a forte desaceleração que todo avião faz ao pousar em um aeroporto, entretanto o bico do avião não baixava, o avião continuava somente com as rodas traseiras no solo. Logo em seguida, percebi que algo estava errado, pois já tínhamos percorrido mais da metade da pista e o avião não diminuía a velocidade, nem baixava o bico do avião. Dito e feito, o piloto "engatou a segunda marcha" e acelerou novamente, arremetendo o avião com fúria. O engraçado foi ver a cara das pessoas desesperadas com a Força "G", sendo aplicada em seus corpos para que avião conseguisse voltar para o ar. Ainda bem que não pude ver a minha cara, pois devia estar péssima. Depois de arremeter, o avião começou a dar voltas no ar, sendo possível avistar o aeroporto, através da janelinha. Nunca vi tantas pessoas em silêncio por tanto tempo, já que não sabíamos o motivo da arremetida. Eu achei que o avião deveria estar com problemas no trem de pouso dianteiro, pois já tínhamos tocado o solo quando o piloto arremeteu. Após uns 15 ou 20 minutos de silêncio absoluto, o piloto falou pelo rádio: -Tripulação, pouso autorizado!!! Eu engoli seco, pois achei que teríamos que pousar de barriga devido a falhas no trem de pouso. Nessas horas todo mundo fica religioso, pedindo e orando para o seu Deus, pedindo que o avião consiga pousar com segurança, ou melhor, para que apenas consiga pousar, mesmo se for sem segurança. O avião se aproximou novamente do aeroporto para nova tentativa de pouso. Eu lembrei daquela música de uma propaganda com "O Fenômeno": Tente outra vez. 

Desta vez, o avião parecia uma pluma, descendo bem devagar. Acho que o mesmo pousou com a velocidade de uma asa-delta, quase não sentímos o impacto das rodas traseiras no solo. O avião começou a baixar o bico e esperei pelo pior, entretanto o trem de pouso não estava quebrado. "Para Nossa Alegria!" e a aterrisagem foi tranquila. Ufa!!! Depois de um tempo, o piloto falou novamente no rádio: - Me desculpem, mas eu entrei muito forte!!! Isso ele tem razão, quase matou todo mundo. Quando desci do avião quase beijei o solo. Bem, agora que a minha viagem Para o Pará vai começar realmente.

Peguei um táxi no aeroporto e fui para o albergue (Hosstel), no centro da cidade, chegando lá, larguei minhas malas e fui dar uma volta pela cidade. Fui até o Mercado Ver-o-Peso (Foto 01), que tem uma grande diversidade de frutas da região amazônica. Eu pedi um açaí, que veio com umas bolinhas pequenas que pareciam isopor, chamadas de farinha de tapioca. Essas bolinhas de isopor são meio esquisitas, no entanto devorei com fúria todo o açaí e principalmente a farinha de tapioca. Continuei andando até chegar num forte, onde tem um barco de guerra parado bem pitoresco, disseram que é uma fragata, além disso, fui visitar algumas igrejas e museus da região portuária.

O impressionante é a diferença entre a maré alta e a baixa, já que de manhã, os barcos estão ilhados, entretanto de tarde o nível da maré está quase no nível do chão.

Foto 01 - Mercado Ver-o-Peso - Belem

Depois de dar uma volta no centro, fui visitar a Basílica de Nazaré (Foto 02), foi construída pelos padres barnabitas, sendo inspirada na Basílica de São Paulo, em Roma. Na Basílica de Nazaré é realizada a grande festa do Círio de Nazaré, que reúne mais de 2 milhões de pessoas nas ruas de Belem, sendo uma das maiores procissões católicas do mundo. O Círio de Nazaré acontece no segundo domingo de outubro, começando a procissão na Catedral de Belem, terminando na Basílica de Nazaré, podendo o trajeto demorar até 9 horas.

Foto 02 - Basílica de Nazaré - Belem

No dia seguinte, tomando café da manhã no Hosstel, ouvi dizer que existia uma ilha bem legal para visitar, chamada Cotijuba. Consegui as informações básicas e peguei um ônibus até Icoaraci, local que tem a maior quantidade de cerâmicas marajoaras para vender. Vale a pena passar lá no último dia para comprar algumas coisas bem baratas, principalmente pratos e potes de cerâmica marajoara. Chegando a Icoaraci, peguei um barquinho, que demoraria quase uma hora para chegar na Ilha de Cotijuba. Na volta peguei um barcão que parte algumas vezes durante o dia com destino a Iciaraci (Foto 03). 

Foto 03 - Barco voltando da Ilha de Cotijuba

No meio da viagem de barquinho foi possível ver vários ribeirinhos, morando nas diversas ilhas próximas a Icoaraci (Foto 04). Chegando a Ilha de Cotijuba, descobri que no passado, a ilha abrigou um presídio (Foto 05).

Foto 04 - Alguma Ilha do Pará

Foto 05 - Ilha de Cotijuba

A ilha de Cotijuba é bem grande, entretanto não há linha de ônibus para chegar as diversas praias da ilha. Para minha surpresa, o transporte público é feito através de um trator agrário (Foto 06). Na ida, eu fui sozinho numa espécie de bondinho puxado pelo trator, na volta peguei um bondinho articulado puxado, é claro, por outro trator. Foi bem surreal pegar a hora do "rush" dentro do transporte público na Ilha de Cotijuba, já que o bondinho estava lotado, além disso, dava para ver vários búfalos  deitados tranquilamente no meio da rua. Lembre-se que estava perto da Ilha de Marajó, local com uma grande quantidade de búfalos. Cotijuba significa "Trilha Dourada", em Tupi. Segundo os moradores locais, em 2005 morreu o último presidiário da ilha, enterrando este passado negro da história da ilha.

Foto 06 - Transporte Público da Ilha de Cotijuba

Na ilha é possível tomar uma breja tranquilamente na praias de Cotijuba. Gostei tanto da Ilha que voltei outro dia com um amigo para tomar uma Breja lá (Foto 07).

Foto 07 - Tomando uma Breja na Ilha de Cotijuba

No dia seguinte, resolvi ir para a Ilha de Marajó. Soube que para ir a Soure, a Capital da Ilha de Marajó, seria preciso pegar um barco no Terminal Hidroviário de Belem com destino ao Porto de Camará. O  terminal de belem é meio esquisito, já que fica perto do porto, além disso tem uns guiches bem podres, nos quais nunca aparece nenhum funcionário. O mais difícil é conseguir informações de como se chega na Ilha de Marajó, pois não há nenhum posto de informações, muito menos algum quadro de avisos com os horários dos barcos. Depois de um tempo esperando no terminal, apareceu uma mulher para vender o bilhete para o Porto de Camará, na Ilha de Marajó. Comprei o bilhete para a próxima viagem que partiria às 15:00h.  A minha primeira visão do barco até que foi boa, já que o mesmo tinha 2 andares e podia levar umas 300 pessoas, talvez até mais, (Foto 08).

Foto 08 - Barco para a Ilha de Marajó

No barco descobri que a viagem demoraria umas 4 horas. O barco partiu de Belem no horário, e por este motivo deveria chegar na Ilha de Marajó às 19h, mas como o dia anoitece mais tarde, talvez conseguiria chegar em Soure antes de anoitecer completamente. O barco foi tranquilo por cerca de uma hora e meia, quando entrou no local em que o mar se encontra com o rio. Neste ponto, o barco começou a sacolejar fortemente, além disso também começou a chover fortemente. Esta transição da água do rio para o mar demora em torno de meia hora, formando uma água meio salobra. É assustador olhar para o horizonte e não ver nenhum pedaço de terra, se o barco afundar não sobra ninguém, pois as ondas são enormes e não há terra firme por vários kilômetros. O barco parecia que ia ser destroçado pelas fortes ondas, no entanto de uma hora para outra o barco para de sacolejar e o mar fica calmo, ficando tranquilo até o final da viagem.

Por volta das 18h, cheguei no Porto de Camará, havia um batalhão de vans, táxis e ônibus esperando os passageiros. Consegui pegar um busão com o itinerário "Soure Direto" (Foto 09). Em questão de minutos todos os passageiros do barco entram nos ônibus, vans, carros  e todas as pessoas e veículos desaparecem. Quem bobear não concegue mais transporte, pois ele vive em função da chegada e saída dos barcos do porto.

Peguei o busão e em cerca de meia hora estava chegando a Salva terra, município ou distrito, da Ilha de Marajó. Ó engraçado é que está estrada é asfaltada e relativamente boa. Para atravessar um rio que divide Salvaterra de Soure é necessário pegar uma balsa (Foto 09), entretanto quando peguei uma rabeta, pequeno barquinho (Foto 10), já que a balsa iria demorar muito para atravessar. A balsa eu só peguei na volta.

Foto 09 - Balsa para Soure - Capital da Ilha de Marajó

Foto 10 - Rabeta - Barquinho para atravessar o rio - Ilha de Marajó

Consegui um hotel bem no centro de Soure e fui jantar. No dia seguinte, peguei um moto-táxí para visitar as praias da Ilha de Marajó. Logo chegando a praia fiz a primeira amizade com os locais (Foto 11).

Foto 11 - Meu primeiro amigo em Marajó

As praias são bem interessantes, pois parecem que foram bombardeadas (Fotos 12 e 13) por aviões que só deixaram destruição.

Foto 12 -  Ilha de Marajó

 
Foto 13 -  Ilha de Marajó

Comecei dar uma andada pelas prais desertas, até encontrar uma árvore solitária (Foto 14, 15 e 16). Próximo a árvore tinha uns moleques brincando na água, subindo na árvore e pulando na água do mar.

Foto 14 - Ilha de Marajó

Foto 15 - Ilha de Marajó

Foto 16 - Ilha de Marajó

Fiquei tirando várias fotos da árvore e dos moleques, até ver um bar na praia (Foto 18). Como estava muito calor fui tomar uma breja apreciando a paisagem (Foto 17). Se estivesse muito frio, também iria tomar uma.


Foto 17 - Tomando uma Cerpa na Ilha de Marajó

 Foto 18 - Mulecada da Ilha de Marajó

Foto 19 - Ilha de Marajó

De tarde fui fazer um passeio de Búfalo e tomar leite de búfala, que é muito mais forte que o leite de vaca. Algumas vezes até pode causar um pouco de tontura (Foto 20 e 21).

Foto 20 - O Boiadeiro, ou será, "Bufaleiro" - Ilha de Marajó

Foto 21 - Ilha de Marajó

Após o passeio de búfalo fui almoçar. Para m inha surpresa vi o gerador de um pequeno restaurante. Na verdade era uma bateria de carro adaptada para ligar o rádio (foto 22). No dia seguinte de manhã, eu iria voltar para Belem, para pegar um barco para Macapá - Amapá. Foi me dito, que a viagem duraria no mínimo 24 horas. Haja paciência.

Foto 22 - A pilha do radinho era uma beteria de carro - Ilha de Marajó