Quando estava em SP, comecei a pesquisar sobre a região do Tapajós e descobri a cidade de Belterra. A cidade de Belterra foi fundada por americanos em 1937, juntamente com a cidade de Fordlândia. Eu já tinha ouvido falar sobre a cidade de Fordlândia, que tinha sido fundada pelo americano Henry Ford, com o objetivo de produzir borracha na amazônia. Henry Ford implementou nos EUA, a linha de montagem em sua fábrica de carros em Detroit, entretanto não tinha a matéria prima da borracha para os pneus de seus carros. Para resolver este problema, Ford adquiriu quase 15 mil km² no Brasil, com o objetivo de plantar seringueiras para extrair látex e produzir borracha para as suas indústrias.
Apesar dos esforços, a fábrica não deu certo, já que um fungo, "o mal-das-folhas", devastou as plantações de seringueiras em Fordlândia. Além disso, algumas mudas de seringueiras foram roubadas e levadas para o Sudeste Asiático. Na Ásia, as mudas foram plantadas e a extração de látex começou a concorrer com o látex extraído no Brasil.
Para tentar resolver o problema com o "mal das folhas", foi criada nas margens do Rio Tapajós, a cidade de Belterra, uma última tentativa para a plantar seringueiras com técnicas mais modernas trazidas do Sudeste Asiático. Belterra era uma área mais ventilada que a Fordlâdia, o que poderia evitar a proliferação do "mal-das-folhas". Por 2 anos, de 1938 a 1940, este novo empreendimento foi o maior produtor mundial de borracha.
Apesar so sucesso inicial, a concorrência da borracha do Sudeste Asiático, bem como a descoberta da borracha sintética foram determinantes para a falência do empreendimento, o que acabou de vez com as aspirações de Henry Ford de continuar a plantação de seringueiras na Amazônia para a produção de borracha natural.
Para tentar resolver o problema com o "mal das folhas", foi criada nas margens do Rio Tapajós, a cidade de Belterra, uma última tentativa para a plantar seringueiras com técnicas mais modernas trazidas do Sudeste Asiático. Belterra era uma área mais ventilada que a Fordlâdia, o que poderia evitar a proliferação do "mal-das-folhas". Por 2 anos, de 1938 a 1940, este novo empreendimento foi o maior produtor mundial de borracha.
Apesar so sucesso inicial, a concorrência da borracha do Sudeste Asiático, bem como a descoberta da borracha sintética foram determinantes para a falência do empreendimento, o que acabou de vez com as aspirações de Henry Ford de continuar a plantação de seringueiras na Amazônia para a produção de borracha natural.
Foto 01 - A Caminho de Belterra
Segue abaixo, o mapa da região do Tapajós (Foto 02), que mostra a cidade de Santarém, no encontro dos Rios Tapajós e Amazonas, além das cidades de Belterra e Fordlândia. A cidade de Belterra era chamada de Bela Terra pelos americanos. O "a" foi suprimido e o nome da cidade foi mudado para Belterra.
Foto 02 - Mapa da Região
Para chegar em Belterra, eu peguei um ônibus coletivo em Santarém (Foto 01), que demorou cerca de 1h e 30 min de viagem. Logo ao chegar em Belterra, percebi a diferença entre as cidades da Amazônia e Belterra, principalmente no tipo de construções como pode ser visto na igreja (Foto 03).
Foto 03 - Igreja em Belterra
Para maiores informações sobre a cidade fui no Centro de Memória de Belterra (Foto 04), antiga casa dos médicos. Lá vi um mapa com as plantações de seringueiras da região, divididas em quadrantes (Foto 05), além de poder descobrir mais coisas sobre esta cidade surreal no meio da Amazônia. Dizem que a cidade de Fordlândia, ainda tem restos das fábricas e quase se tornou uma cidade fantasma. Pena que não deu tempo de ir lá, mas algum dia ainda voltarei para a região.
Foto 04 - Centro de Memória de Belterra
Foto 05 - Mapa das Plantações de Seringueiras - Belterra
É bem surreal ver uma cidade cheia de casas no estilo americano no meio do Estado do Pará (Foto 06 e 07). Além disso, Belterra tem uma bela escola e um grande hospital, que estão em ótimo estado de conservação, diferentemente dos padrões brasileiros.
Foto 06 - Casas construídas por Americanos - Belterra
Foto 07 - Casas Americanas - Belterra
Tive informações que não há mais americanos morando em Belterra, já que a área foi vendida novamente ao Brasil. Os americanos nos áureos tempos de Belterra, com a ajuda dos trabalhadores brasileiros plantaram cerca de 3,3 milhões de mudas de seringueiras em Belterra. Além do "mal-das-folhas", após a saída dos americanos, o corte para extração do látex começou a ser feito na parte de cima das copas das árvores. Este tipo de corte é mais produtivo, entretando acaba matando as seringueiras, talvez por causa da diminuição da seiva elaborada que é transportada pelo floema das folhas para as raízes (utilizei todos os meus conhecimentos de biologia do colegial para eleborar esta teoria, que com certeza deve estar equivocada). Só sobraram algumas áreas preservadas como pode ser vista na (Fotos 08). Acho que nunca tinha visto seringueiras pessoalmente. Apontei para uma árvore e perguntei para um cara se era uma seringueira, obtive como resposta que a árvore era uma mangueira. Pelo que você viu, manjo tudo sobre árvores, principalmente seringueiras.
Foto 08 - Seringueiras - Belterra
Vídeo 01 - Seringueiras - Belterra
A cidade de Beltarra é bem organizada e limpa, com enormes casas que pertenciam aos cientistas, engenhieros e médicos americanos e casas mais simples para o resto dos trabalhadores americanos (Fotos 09 e 10), que já possuíam em 1937, água encanada e sistemas de hidrantes para apagar incêndios em toda a cidade (Fotos 11 e 12), bem como nas plantações de seringueiras.
Foto 09 - Rua Principal de Belterra
Foto 10 - Casas Americanas - Belterra
Vídeo 02 - Casas Americanas - Belterra
Foto 11 - Hidrante - Belterra
Gostei muito da visita a cidade de Belterra, pois pude conhecer um pouco mais sobre a história do Brasil, que ainda é pouco estudada.
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